sábado, 7 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
e, se dormirmos na neve não sentimos a morte chegar.
Faubourg Saint-Denis
domingo, 1 de novembro de 2009
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Cotidiano
terça-feira, 15 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
sobre a fome
E fome de alma, sem dúvidas é mais intensa que fome de corpo.
Alimentar o corpo, qualquer hamburguer resolve. Alimentar a alma precisa ser, essencialmente, profundo, leve, raso, denso, intenso, sutil, sincero.
Corpo quando sente fome, pede e, logo é atendido.
Alma quando sente fome se cala. Fica triste, vazia. Os sintomas são leves, agem vagarosamente, até matar.
Morte física é acabar e, pronto. Cair, fechar os olhos (às vezes) e acabou.
Morte da alma é lenta, com tristeza, fraqueza, vazio, e acima de tudo, um sentimento crucial de incapacidade.
Esse é o grande sentimento que nos leva ao fim. A incapacidade de falar, de agir, de ser sincero. Por mais que a sinceridade machuque, seja densa e profunda. A pesar de tudo, ela alivia, e abre novamente o espaço para a arte penetrar a alma e fazer com que tudo, novamente, faça sentido!
Ps:. Permita-se!
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
domingo, 28 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Ela ficou ali, jogada (ou caída) em um canto escuro, úmido e sujo. Os cachos castanhos cobrindo-lhe a pele branca, de bochechas rosadas e olhos verdes, agora vermelhos, de tanto chorar.
Não sabia se chorava de medo, vergonha, dor ou pudor. Tentava engolir o choro, quando conseguia, por um instante, voltava-lhe à memória o recente ocorrido que, aos 13 anos, lhe marcaria o resto da vida, se restasse.
Ele surgiu quando ela voltava às 21h, de uma peça em cartaz no teatro próximo à sua casa. Viu aquele senhor, tinha idade para ser seu pai. Não deu importância. Seguiu.
Jamais esqueceria os cabelos escuros com cachos pequenos, a testa muito expressiva, o furo de um extinto brinco na orelha esquerda, o nariz meio achatado e os lábios muito finos. Porém, o que mais lhe causava repulsa ao lembrar eram as mãos. Ah! As mãos! Afoitas, sem nenhum pudor, ou piedade rasgaram-lhe o vestido, marcaram-lhe o corpo todo e feriram a alma.
Os olhos sobre ela, as palavras nojentas muito próximas ao seu ouvido e, as mãos, lembrava exatamente da textura – eram ásperas – frias.
Os gritos lhe foram abafados, era impossível se defender. Até tentou,
Penetrou-lhe, sem dó, receio, compaixão, ou consciência. Em momento algum lhe passou pela mente, que as cicatrizes seriam irreversíveis na vida daquela pequena garota. Cada vez mais rápido, impetuoso, viril, excitado. Gozou.
Levantou e saiu.
Ela ficou ali, jogada (ou caída) em um canto escuro, úmido e sujo. Vendo ir embora o homem que lhe marcara para toda a vida e, tinha idade para ser seu pai.
domingo, 3 de maio de 2009
Era um choro amargo, parecia que não terminaria nunca. Os olhos ardiam, estava cansada, mas não conseguia parar, era um dor insuportável. Um vazio tão cheio. Na escuridão tudo parecia piorar, o medo e a insegurança se tornavam monstros terríveis, piores dos que a assustavam na infância.
A luz era ainda mais desconcertante, mostrava toda sua fraqueza e sensibilidade inúteis. Pensava em tudo, absolutamente tudo. Era um turbilhão. Nada fazia sentido, não entendia o motivo da existência. Tudo parecia tão raso, vazio, inóspito.
Finalmente tinha chegado o inverno, sempre esperou ansiosa por esta estação, mas nem isso a acalmou. A chuva lá fora era menor que seu choro, e o frio bem mais quente que seu coração.
Amanheceu, o despertador tocou, os olhos ainda um pouco inchados. Tomou banho e saiu. Nada mudaria. Era só mais um dia.