sábado, 7 de novembro de 2009

não se dá o fim com uma grande tragédia, mas com pequenos dramas acumulados.


mente estranha

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Há um momento em que a vida exige mudanças, transições, como as estações: nossa primavera foi maravilhosa, mas agora o verão acabou e nos perdemos no outono e, de repente está tão frio, tão frio, que tudo está congelando. Nosso amor caiu no sono e a neve nos pegou de surpresa
e, se dormirmos na neve não sentimos a morte chegar.


Faubourg Saint-Denis

domingo, 1 de novembro de 2009

"o mundo não acaba depois do fim"

Luiz Henrique Dias é escritor, comunista (convicto) e, atualmente vive num céu lilás.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"quero ter alguém com quem conversar"



renato russo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Cotidiano

Queria lhe contar sobre o dia e as coisas da vida. Ele estava ocupado, assistindo o futebol.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

a verdade

só faz sentido quando o silêncio ensurdece e dilata a mente.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

a ausência de alegria não é apenas tristeza: é inércia.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

sobre a fome

Arte, sem dúvidas, é alimento para a alma.
E fome de alma, sem dúvidas é mais intensa que fome de corpo.
Alimentar o corpo, qualquer hamburguer resolve. Alimentar a alma precisa ser, essencialmente, profundo, leve, raso, denso, intenso, sutil, sincero.
Corpo quando sente fome, pede e, logo é atendido.
Alma quando sente fome se cala. Fica triste, vazia. Os sintomas são leves, agem vagarosamente, até matar.
Morte física é acabar e, pronto. Cair, fechar os olhos (às vezes) e acabou.
Morte da alma é lenta, com tristeza, fraqueza, vazio, e acima de tudo, um sentimento crucial de incapacidade.
Esse é o grande sentimento que nos leva ao fim. A incapacidade de falar, de agir, de ser sincero. Por mais que a sinceridade machuque, seja densa e profunda. A pesar de tudo, ela alivia, e abre novamente o espaço para a arte penetrar a alma e fazer com que tudo, novamente, faça sentido!





Ps:. Permita-se!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

e o vazio encheu até estourar.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

cada vez que pensa se entristesse. por isso, tem ligado a TV ultimamente.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

regimento

ser desumana: eis a regra da humanidade.

sábado, 4 de julho de 2009

"à luz de vela eu vi você lutando esgrima, ou cheirando cocaína, eu vi você se derreter"



fialho.

domingo, 28 de junho de 2009

"Você gosta mesmo de mim, se arriscando a me perder assim ao me explicar o que eu não quero ouvir. Ainda não estou pronta pra saber a verdade ou não estava até uma estação atrás"



villa-lobos, russo, bonfá.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

"eu posso ser um beatle, um beatnik ou bitolado"

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Ela ficou ali, jogada (ou caída) em um canto escuro, úmido e sujo. Os cachos castanhos cobrindo-lhe a pele branca, de bochechas rosadas e olhos verdes, agora vermelhos, de tanto chorar.

Não sabia se chorava de medo, vergonha, dor ou pudor. Tentava engolir o choro, quando conseguia, por um instante, voltava-lhe à memória o recente ocorrido que, aos 13 anos, lhe marcaria o resto da vida, se restasse.

Ele surgiu quando ela voltava às 21h, de uma peça em cartaz no teatro próximo à sua casa. Viu aquele senhor, tinha idade para ser seu pai. Não deu importância. Seguiu.

Jamais esqueceria os cabelos escuros com cachos pequenos, a testa muito expressiva, o furo de um extinto brinco na orelha esquerda, o nariz meio achatado e os lábios muito finos. Porém, o que mais lhe causava repulsa ao lembrar eram as mãos. Ah! As mãos! Afoitas, sem nenhum pudor, ou piedade rasgaram-lhe o vestido, marcaram-lhe o corpo todo e feriram a alma.

Os olhos sobre ela, as palavras nojentas muito próximas ao seu ouvido e, as mãos, lembrava exatamente da textura – eram ásperas – frias.

Os gritos lhe foram abafados, era impossível se defender. Até tentou, em vão. Os braços fracos batiam no homem corpulento sem surtir nenhum efeito, pelo contrário, ele parecia apreciar o terror nos olhos (infantis) dela.

Penetrou-lhe, sem dó, receio, compaixão, ou consciência. Em momento algum lhe passou pela mente, que as cicatrizes seriam irreversíveis na vida daquela pequena garota. Cada vez mais rápido, impetuoso, viril, excitado. Gozou.

Levantou e saiu.

Ela ficou ali, jogada (ou caída) em um canto escuro, úmido e sujo. Vendo ir embora o homem que lhe marcara para toda a vida e, tinha idade para ser seu pai.

"Estão todos satisfeitos com o sucesso do desastre"

Renato Russo

domingo, 3 de maio de 2009

Só dormiu depois que os olhos estavam muito inchados de tanto chorar.
Era um choro amargo, parecia que não terminaria nunca. Os olhos ardiam, estava cansada, mas não conseguia parar, era um dor insuportável. Um vazio tão cheio. Na escuridão tudo parecia piorar, o medo e a insegurança se tornavam monstros terríveis, piores dos que a assustavam na infância.
A luz era ainda mais desconcertante, mostrava toda sua fraqueza e sensibilidade inúteis. Pensava em tudo, absolutamente tudo. Era um turbilhão. Nada fazia sentido, não entendia o motivo da existência. Tudo parecia tão raso, vazio, inóspito.
Finalmente tinha chegado o inverno, sempre esperou ansiosa por esta estação, mas nem isso a acalmou. A chuva lá fora era menor que seu choro, e o frio bem mais quente que seu coração.
Amanheceu, o despertador tocou, os olhos ainda um pouco inchados. Tomou banho e saiu. Nada mudaria. Era só mais um dia.