A música parecia ferir seus ouvidos, gostava daquelas músicas, mas já não lhe faziam tão bem. Talvez fosse a idade, é, estava começando a pensar nesse negócio de idade. Qual seria a idade em que a pessoa se torna adulta? Ou que o adulto começa a envelhecer? E aquelas pessoas que dizem que para o amor não existe idade, será que não existe mesmo? Será que quando as pessoas se tornam realmente adultas elas atingem a maturidade? Param de ouvir musicas legais? Ler livros interessantes?
Não sabia responder à essas perguntas, afinal, não era adulta. Mas apesar da pouca idade, já lhe cobravam muita responsabilidade. Seria pedir muito, um momento tranqüilo com os fones no ouvido? Mas era diferente, às vezes não dava mais, muita importância para esses momentos.
Será que estava se acostumando com as responsabilidades? Os fones lhe machucavam os ouvidos. Já não sentia a mesma emoção ao descobrir uma banda nova. Estava pensando sobre isso. Dentro do ônibus. Olhava as pessoas ao redor, em que será elas estariam pensando? Será que pensavam na vida e em quem ela mesmas eram? Ou será que só pensavam na próxima conta pra pagar, na roupa da vitrine e a última notícia do jornal?
Como a vida se resume à coisas fúteis, pensava. As pessoas vivem para trabalhar, estudar para arrumar um emprego melhor, para ganhar mais dinheiro e gastar mais com mais coisas inúteis criadas pelas leis de mercado desnecessário.
Não queria isso pra si mesma. Mas como evitar? Já estava entrando no ritmo. Já aprendera a cobrar e ser cobrada, mandar e ser mandada. Puxou a campainha, afinal, era hora de descer e encarar o mundo. A música continuava a tocar...
Não queria isso pra si mesma. Mas como evitar? Já estava entrando no ritmo. Já aprendera a cobrar e ser cobrada, mandar e ser mandada. Puxou a campainha, afinal, era hora de descer e encarar o mundo. A música continuava a tocar...
Ps:. "meu corpo é quente, estou sentindo frio..."
6 comentários:
A Mariana é mesmo estranha...
:)
Saludos!
Às vezes penso que a humanidade é especialista em desumanizar-se. Em desencantar por luzes da noite, conversas com desconhecidos, o mesmo filme visto pela enésima vez, olho no olho, discussões acaloradas sobre sociologia, mulheres e homens, política, regadas a qualquer coisa. Em segurar as mãos, cantar na beira do rio lavando roupa (como minha avó fazia), etc, etc e etc.
Quero conservar essa capacidade, digamos, inocente, poliana, o mais tempo que me for permitido. Ou, que eu quiser.
=)
sabe, você me deixou confusa!
mas ainda assim continua no meu coração!
*o:
Bom, eu não sei.
Me nego a acreditar que idade tem algo a ver.
O que manda mesmo é a mente.
Tem gente que já nasce velho, chato, adulto!
=)
Beijo.
não é preciso parar de fazer as coisas legais para ser adulto. Acho que a definição de maturidade não devia ser chata como a fazem..De qualquer maneira, é sempre bom preservar as coisas divertidas para se fazer.
Beijos, Mary!
entre o legal e o chato, as vezes só resta o nesseçario, e cada vez mais o resto domina o todo, mas isso deixa tudo mais faciu, disemos que queremos ter escolhas, mas nunca sabemos o que escolher assim vamos amadurecendo (si é que assim que se define), dizendo coisas que nós foram ensinadas, os prazeres parecendo surpefulos, correndo não pelo dinheiro mas pelo respeito, ou silenciando nossas opniões por que o mundo já tem problemas de mais, não é hora de criar conflitos de opniões, uma hora eterna, o resto e tudo, assim nem lembro mais o que era o tudo, e o que me restava eternamente.
é realmente tenho problemas em me expressar
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